Uncategorized O futuro é brilhante (E você vai ficar bem) | by Paulo Henrique Sales

O futuro é brilhante (E você vai ficar bem) | by Paulo Henrique Sales

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Nos últimos dois meses, dois sonhos meus se realizaram. Não é uma coisa comum, né? Acho que eu preciso falar um pouco sobre eles.

(English version just below, or here)

Eu tive o prazer de ser selecionado para DUAS experiências de liderança nos últimos meses: Drivers for Change (no Reino Unido) e o Young Leaders Access Program (nos Estados Unidos). Cada um foi uma experiência incrível e vou falar um pouco sobe cada, enquanto tento dar algumas dicas e aprendizados (vamos ver se funciona).

A experiência aconteceu no Reino Unido, e foi uma jornada de 12 dias, através de 8 cidades (Liverpool, Bradford, Edinburgh, Sunderland, Birmingham, Port Talbot, Bristol e Londres), onde exploramos iniciativas inovadoras que resolvam problemas sociais. Visitamos Negócios Sociais (já falo sobre) e tivemos workshops com líderes locais e trabalhos em projetos de grupo.

Nosso grupo em Edimburgo!

Para os que não sabem, um Negócio Social é basicamente um negócio que tem como objetivo final impacto social, e não lucro. O lucro proveniente do negócio é reinvestido, para gerar mais impacto. É um desafio criar um negócio social, mas vou trazer alguns exemplos que a gente viu lá, mostrando que é possível.

Eu fui um dos 5 participantes brasileiros do programa, além de jovens do Egito, Indonesia, Paquistão e África do Sul, mais 60 participantes vindo do Reino Unido, um pouco de cada uma das cidades que visitamos.

Alguns dos participantes internacionais!

Ter a chance de conhecer lugares e situações tão diferentes em apenas uma viagem foi maravilhoso porque pudemos ver tantas realidades diversas em um só país (assim como no Brasil). Antes eu pensava que o Reino Unido era um lugar muito rico e cheio de castelos por todo canto (e isso é um pouco verdade sim), mas também tem seus problemas a serem resolvidos.

Apesar da beleza de Edimburgo, por exemplo, a cidade ainda tem dificuldades para lidar com a falta de moradia para algumas pessoas. E a gente conheceu um projeto maravilhoso buscando resolver isso: Invisible Edinburgh.

A Invisible Edinburgh (Edimburgo Invisível) dá treinamento para pessoas em situação vulnerável para que elas possam se tornar guias turísticos de seus bairros. Os treinamentos focam em falar em público e desenvolvimento de confiança. Desse jeito, os guias tem um desenvolvimento profissional e botam ganhar uma renda, começando a mudar de vida.

Outro projeto que a gente visitou foi o Bulldogs Boxing, uma academia de boxe no País de Gales. O objetivo do projeto é melhorar as vidas dos jovens de Port Talbot, tirando eles nas ruas e ensinando valores através do esporte, como respeito, unidade e confiança, enquanto eles criam uma comunidade em torno do projeto.

Boa parte do programa foi dedicado a trabalhar em projetos em grupo. Formamos times de 8 participantes e trabalhamos na questão de acessibilidade para deficientes auditivos em Karachi (no Paquistão, já que uma das meninas do grupo é de lá).

Após inúmeras seções com os mentores do programa, em tópicos diversos como arrecadação de fundos, marketing e vendas, tivemos a oportunidade de fazer a apresentação da nossa ideia na Câmara dos Lordes (imagina a felicidade de estar nesse lugar!), um dos prédios mais prestigiados de toda a Inglaterra.

Uma coisa bem legal também foi que esse programa ocorreu durante a Copa do Mundo, então pessoas de outras nacionalidades tiveram a chance de ver como nós brasileiros somos loucos com futebol!

Esse outro programa foi oferecido pela Miracle Corners of the World (MCW para os íntimos), e foram 10 dias em duas cidades: Nova York e Burlington, no Vermont.

O propósito do programa, mais do que inspirar, é dar aos participantes as ferramentas para nos tornar os líderes que queremos ser, e como implementar nossos projetos e ideias.

O programa tem 3 módulos: Desenvolvimento de Liderança, Cidadania Global e Planejamento de Visão. Cidadania Global seria como nós, seres humanos, fazemos parte não de uma nação em específico, mas de um planeta. Assim, temos que nos importar com os problemas dos outros, e sentir empatia dos que são diferentes. É sobre ver força na diversidade.

Eu fui um dos 27 participantes (com outro brasileiro), com gente vindo de diversos países como Albânia, Panamá, Myanmar, Mongolia, Quirguistão, Zimbábue, Sudão, Colômbia e muito mais!

Durante o programa formamos equipe de 2 participantes e um mentor (alguém que já participou em outra edição e está ali para te ajudar a desenvolver seu projeto). Tenho que admitir que minha visão e projeto ainda estão mudando, mas como eles disseram, é um processo. Você imagina coisas, coloca na prática e vai aprimorando o plano sempre.

Mylla e Ratu (minha mentora), da Indonésia

No final, tivemos que mostrar nosso projeto para todos, diante de um júri, por um minuto! Fiquei um pouco nervoso, e apesar de alguns terem dito que fui bem, ainda lembro de todas as coisas que poderia ter melhorado no meu discurso. Mas, tudo que fica é aprendizado!

Todo mundo bem vestido!

O mais legal foi de fato o quão diverso foi o grupo. Fiz amigos nos países mais longínquos que se possa imaginar, e isso fez toda a diferença.

Esses foram os resuminhos das experiências, agora só vou listar alguns aprendizados que tive em ambos:

Sei que muito provavelmente não sou o único jovem que tem esse dilema existencial: e o futuro, o que vou fazer, qual é meu papel no planeta???

Calma. Respira.

A gente tem que parar de vez em quando, olhar para trás e ver a sorte que temos. Ah, e se permitir sermos felizes. NO PRESENTE. Porque ele é tudo que a gente tem.

Olhando para trás na minha jornada, posso dizer que as coisas começaram em janeiro de 2015, quando participei de um workshop de autoconhecimento. Lembro que na época eu não estava muito contente com meu curso, e queria mudar um pouco as coisas. Desde então, fui tentando fazer parte de diversas iniciativas, grupos na faculdade, trabalho voluntário, qualquer coisa que me desse a chance de ter algum impacto. Se você perguntasse ao Paulo de 2015 o que ele estaria fazendo em 2018 ele não teria ideia, mas foram os passos dele que me deram a chance de estar aqui hoje.

Meu amigo Dunny, economista da África do Sul!

Aliás, o Paulo de 6 meses atrás também, quando eu tinha acabado de me formar, também não ia saber responder essa pergunta. Imagina os próximos 6 meses, sei lá onde eu vou estar!

De vez em quando lido com problemas de ansiedade e saúde mental, superanalisando as coisas e preocupado com o futuro. Só que isso não ajuda em nada. Contanto que eu seja uma pessoa boa, viva um dia por vez e vá me aproximando dos meus objetivos (e eles gostam de mudar, aparentemente) tudo vai ficar legal.

Acho que o conselho é: faça coisas que façam sentido PARA VOCÊ. Seja voluntariado, estudar uma língua, mudar de curso ou começar um novo hobby. Nunca saberemos o impacto que essas atividades vão ter no futuro, mas podemos acreditar que serão fundações para coisas brilhantes!

O que eu quero dizer é: seja vulnerável e não tenha medo de tentar. Após minha experiência na Colômbia em dezembro, eu fiquei bem focado em procurar mais oportunidades no exterior, e apliquei para mais de quinze programas como esses! Não tô brincando. Como você pode imaginar, fui rejeitado por todos os outros, então virou rotina abrir o email e receber más notícias.

Mas não sei se eram más notícias mesmo. Eu provavelmente não estava preparado ou não tinha um bom fit com todas aquelas oportunidades, e tudo bem. A gente tem que se acostumar com essas rejeições, no sentido de que não dá para controlar tudo na vida, mas as coisas podem mudar de um jeito inesperado e a ainda assim viraram boas notícias.

Então tenta aquele programa, estágio, trainee ou qualquer outra coisa sem medo mesmo. E se der errado, é só partir para o próximo!

Mas o mais importante dessas experiências são as pessoas. De verdade, não é clichê não.

Indo para a praia (num lago!)

Tive a oportunidade de encontrar alguns dos jovens mais inspiradores do planeta. Gente que quer mudar a educação de seus países, combater a desigualdade de gênero, ajudar moradores de rua e resolver muito mais problemas em suas comunidades.

Só de estar perto de pessoas assim me inspira a ser uma pessoa melhor. Todo dia. Meio que faz uma pressão (boa) para trabalhar mais.

Não vou mentir para você. Eu ainda não sei o que fazer no futuro. Só sei que quero mexer com Educação, pois a única certeza que tenho é que só tive acesso a essas oportunidades maravilhosas por causa dela. E quero que outros tenham também. Eu sempre estou entrando em algum projeto novo, fazendo coisas diferentes. Não sei onde isso vai me levar, mas estou esperando pelo melhor. Quer entrar nessa também?

In the past couple of months, I had two of my dreams come true. It is not something usual, right? I guess I need to talk about it.

I was fortunate enough to be selected to TWO leadership conferences this past summer: Drivers for Change (in the UK) and Young Leaders Access Program (in the US). Each one was an amazing experience and would like to share a little bit about both, while trying to give some tips (let’s see if that works).

This experience happened in the UK, and it was a 12-day journey, through 8 different cities (Liverpool, Bradford, Edinburgh, Sunderland, Birmingham, Port Talbot, Bristol and London), where we explored innovative approaches to solving social issues. We visited Social Enterprises (more on that in a second), had workshops with community leaders and worked in group activities.

Our group in Edinburgh!

For those who don’t know, a Social Enterprise is basically a business that has as objective social good, not profit. Differently from a charity, a SE should aim to provide a service, be financially sustainable and make a impact (that is a tall order, but nonetheless there are amazing people out there doing it).

I was one of 5 brazilian delegates in the program, along with participants from Egypt, Indonesia, Pakistan and South Africa, plus 60 participants from all over the UK, some from each of the cities we visited.

Some of the international participants!

To experience this many different places and environments in one trip was amazing because we saw so many realities in one country (just like in Brazil). I always thought the UK was this amazing place, rich and full of castles everywhere (that is true to some extent), but nonetheless they have problems as well.

Despite the beautiful landscape of Edinburgh, for instance, they struggle with homelessness. And we saw one amazing project trying to solve it: Invisible Edinburgh.

Invisible Edinburgh gives training to people in vulnerable situations so they can become tour guides of their own cities. The training focuses on public speaking, confidence building and customer service. This way, the tour guides get some professional experience and are able to make some money so they can start changing their lifes.

Another amazing example of social enterprise we saw there is Bulldogs Boxing. It is a enterprise that wants to improve the lifes of the youth in Port Talbot, taking some of them off the streets and teaching values like respect, unity and confidence, all while building a sense of community in the region.

A huge part of the program was destined to work on our group projects. We formed teams of 8 participants and got to work on one issue we selected, and the one we chose was about accessability in Pakistan, as one of our teammates was passioned about it (check out ConnectHear!).

We got through lots of ideation sessions with our mentors, relating to topics like funding, marketing, sales, the things you need to start a business. We also received some amazing training by RedBull, giving us some tips on pitching, and in the end we went to the House of Lords (I could never imagine this, seriously) present our ideas.

And one of the coolest days was the talent show! There were amazing speeches, singing, comedy… (I danced some forró haha). It was a good wrap-up to the program, giving us some moments to remember.

This program is offered by Miracle Corners of the World (check them out, they do amazing work in countries in Africa as well), and it is a 10-day retreat in two cities: New York and Burlington (Vermont).

The purpose of the program, more than to inspire, is to give the participants tools on how to become the leaders we want to become, and how to implement our projects and ideas.

The program has 3 modules: Leadership Development, Global Citizenship and Vision Planning. Global Citizenship is this concept that we, as humans, are not part of our nations, but of a global village. As in so, we need to care about issues in other places, and be empathetic to people that are different than us. It is about seeing strength in diversity.

I was one of the 27 participants (along with another brazilian), with people coming from countries like Albania, Panama, Myanmar, Mongolia, Kyrgyzstan, Zimbabue, Sudan, Colombia and many more!

During the whole program we formed groups consisting of 2 participants and a mentor (someone who was a participant in another edition and was there to help develop our vision). I have to admit that my vision is still changing, but as they said, it is a process. We need to envision our projects and always go back to the drawing board to make the necessary changes.

Mylla and Ratu (my mentor) from Indonesia

In the end, we had to pitch our project in front of the whole room, for 1 minute. I was nervous, and although people said I did alright, I still remember all of the things I could have improved on my speech. Well, everything is a lesson for the next opportunity!

Everybody dressed up!

Well, those were my experiences in broad strokes, but I want to give some tips and knowledge I learned from both:

I know I am not the only young person that has this existencial problem: what about my future, what I am going to do, what is my role?

Is this a millennial thing? All I know is that we need to take a deep breath every once in a while. And look behind, appreciate how lucky we all are and just allow ourselves to be happy. IN THE PRESENT. Because it is all we have got.

Looking back at my journey, I can say things turned around in January 2015, when I was part of a self-knowledge workshop. I remember at the time not being happy with my major and wanting to shake things up in my life! From there on, I have been trying to immerse myself in all sorts of different experiences, student groups in college, volunteering and just trying to have a impact. If you asked the Paulo of 2015 what he would be doing in 2018 he would have no clue, but the steps he took in that time made me be here today.

Me and Dunny, a economist from South Africa!

Hell, even looking back 6 months ago, when I just graduated from college, its been quite a ride!

Sometimes I struggle with mental health and anxiety, overplanning things and just being worried about the future. That does nothing to help me, at all. As long as we are good people, do things that make sense, and move towards the goals we want to achieve (and they do change quite a lot), things should be all right.

I guess the advice is: do things that make sense TO YOU. Be it volunteering, studying another language, changing majors or starting a new hobby. We will never know what impact those activities might have in our future, we can only trust they will be cornerstones to bigger and better stuff.

What I mean by that is this: be vulnerable and have no fear of trying. After my experience in Colombia past december, I was really focused on getting another experience abroad, and applied for 15+ programs like these! I am not kidding. As you might imagine, I got rejected in all the other ones, so it became routine to open my email and see some bad news.

But they weren’t bad news actually. I probably wasn’t ready or wasn’t a fit for most of them, and that is ok. I feel that we need to get used to being rejected, in the sense that we cannot control every single aspect of our lifes, but things may take unexpected turns and be alright anyway!

But the most important thing about these experiences is the people you meet. I don’t care if it is a cliche, it is the truth.

Going to the beach (in the lake!)

I have got the chance of meeting some of the most inspiring young people in the entire planet. They want to change the education system in their countries, empower women in vulnerable societies, help the homeless and solve many more issues.

Just being around people like that inspires me to better everyday. It sort of builds a (good) pressure to work harder. Everyday.

I am preeeetty sure the world is in good hands. I mean it. These young folks are coming with everything, eager to leave a better Earth for the future generations.

I am not going to lie to you. I have no clue of what my future reserves for me.

All I know is that I want to work with Education, because that is the reason why got these opportunities in the first place. And want others to have the same. I am always entering some new project, trying to do something different. I am not sure where these things will take me, but I am hoping for some good stuff. Care to join?

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